quarta-feira, 16 de julho de 2014

Desabafo em Solidão.




E ela estava ali, pronta com o papel e caneta na mão, mas não entendia o porquê não saia mais uma sequer palavra sobre sentimentos. Faltavam-lhe palavras e a concentração não existia mais ali.
Lembrava-se dos momentos juntos a pessoa que sempre amou. E só queria entender o motivo de não desabafo momentâneo. Não desejava ter aquilo só pra ela, pois lhe causava dor. Precisava de conselhos, mas não queria conversar com ninguém. Apenas registrar tudo que estava sentindo para ver se aquela imensidão de dor diminuía por apenas alguns segundos.
Talvez fora a tamanha decepção que lhe causara um travamento de expressão temporária. Tudo que ela ansiava era extravasar esse mal estar que ela sentia em tamanha solidão. 

terça-feira, 15 de julho de 2014

"Não gosto de quem se faz de santa, de prestativa, de solícita, de legal. Não gosto de quem fala miando, se finge de sonsa, faz caras e bocas. Não gosto de gente artificial, que tem duas caras, dois jeitos, dois comportamentos. Sou a favor da transparência, de gente de verdade, sem retoques, sem artifícios. Tenho pavor de mulher fingida. Que se finge de morta, mas no fundo rebola o tempo todo, faz cara de atriz pornô pra ser notada e depois diz que ah-é-meu-jeito-sou-assim. Tenho pavor de mulher que se insinua o tempo inteiro e depois diz não-entendo-porque-todo-mundo-olha-pra-mim. Pavor."


Clarissa Corrêa